Conceitos
Última modificação: Quinta-feira, 31 de outubro de 2024
As primeiras ações extensionistas no Brasil ocorreram entre 1910 e 1920 e foram influenciadas por ideias norte-americanas e europeias. Essas ações incluíam desde cursos abertos (influência europeia) até prestação de serviços, especialmente em áreas rurais (influência norte-americana). De modo geral, essas iniciativas tinham um caráter assistencialista. Com o tempo, a extensão foi ganhando reconhecimento e foi legamente incorporada nas leis e normativas brasileiras, influencida principalmente por movimentos estudantis e sociais.
O surgimento de fóruns de extensão contribuiu para que as ações extensionistas fossem progressivamente inseridas nas legislações educacionais e nas instituições de ensino, sendo, eventualmente, incluídas na própria Constituição Federal.
Atualmente, temos dois fóruns nacionais que articulam e definem as políticas acadêmicas de extensão no país: o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidade Públicas Brasileiras(FORPROEX), responsável pela extensão universitária, e o Fórum de Pró-Reitores de Extensão (FORPROEXT), que trata da Extensão Tecnológica. E são assim definidas:
Extensão Universitária é um processo interdisciplinar, educativo, cultural, científico e político que promove a interação transformadora entre Universidade e outros setores da sociedade. |
Extensão Tecnológica é um processo educativo, cultural, político, social, científico e tecnológico que promove a interação dialógica e transformadora entre as instituições e a sociedade, levando em consideração a territorialidade. |
Dessa forma, observa-se que, em seus conceitos atuais, a extensão acadêmica deixa de ter um caráter assistencialista e hierárquico e busca uma relação mais próxima da sociedade.
As Instituições da Rede Federal, incluindo o CEFET-MG, visam oferecer cursos de educação básica, superior e profissional e, por isso, seguem tanto as normativas de extensão tecnológica quanto as de extensão universitária.

Mas o que seria essa interação dialógica e transformadora?
Interação dialógica entre a comunidade e a universidade pressupõe uma relação igualitária, aberta, curiosa e questionadora, na qual os sujeitos são coparticipantes. Trata-se de uma relação que valoriza tanto os saberes populares quanto os acadêmicos e, a partir dessa valorização, constrói novos conhecimentos. Essa dinâmica incentiva a reflexão e ação sobre o objeto ou situação em que se deseja “saber mais”. Com esse conhecimento aprofundado, torna-se possível compreender o mundo. Ao compreender o mundo de forma totalizada, e não fragmentada, os indivíduos se tornam capazes de transformar sua própria realidade.
VAMOS REFLETIR?
Como as práticas de extensão podem ser aprimoradas para atender melhor as necessidades da comunidade e fortalecer a relação entre a instituição e a sociedade? |
Aprofundando o conhecimento:
Artigo: Da extensão universitária à extensão tecnológica: os institutos federais de educação, ciência e tecnologia e sua relação com a sociedade. Autores: Michel Goulart da Silva e Silvia Regina Ackermann Ano: 2019
Referências:
ROCHA, Roberto Mauro Gurgel. Extensão Universitária: comunicação ou domesticação?1984. 220 p. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 1984. Disponível em: https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/67393. Acesso em: 24 maio 2023.
FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS (FORPROEX). Política Nacional da Extensão Universitária. Manaus, maio, 2012, 40p. Disponível em: https://www.ufmg.br/proex/renex/images/documentos/2012-07-13-Politica-Nacional-de-Extensao.pdf. Acesso em: 12 maio 2022.
FÓRUM DE PRÓ-REITORES DE EXTENSÃO OU CARGOS EQUIVALENTES DAS INSTITUIÇÕES DA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA. Contribuições para a Política de Extensão da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Brasília, DF:CONIF, 16 abr. 2015. Disponível em: https://portal1.iff.edu.br/extensao-e-cultura/arquivo/2016/xiii-forproext-contribuicoes-para-a-politica-de-extensao-da-rede-federal-de-educacao-profissional-cientifica-e-tecnologica-2015.pdf. Acesso em: 31 out. 2022.